sábado, 22 de março de 2008

O Mendigo Chic

O cotidiano que inventamos para dar razão a nossa existência deveria ser a primeira maravilha humana.
Pense, nada é real , e parece ser.
Hoje vemos sentimos e vivemos esse mundo de matrix.
As estradas , prédios ,prazeres ,idéias , amor , ódio , todas as coisas que inventamos, nos enchem ou deveriam nos encher de orgulho.
Sabemos que o mundo viveu e vive o caos que sempre vem com novidades caóticas ,e que não há lugar para todos.
Como humanos nossa tarefa é existir e viver com a cruz nos ombros até que a chama se apague.
Para o pobre e para o rico coisas foram sendo inventadas para distrair do vazio em que nos encontramos na visão do princípio dos gens.
É o céu e o inferno juntos.
Não é facil pra ninguém ,ou pode ser mais fácil do que imaginamos encarar onde e como vivemos.
Tu estás agora no computador enquanto milhares de crianças , jovens e velhos morrem para sustentar este mundo de desigualdades.
Não há lugar para os inocentes.
Apesar de tudo devemos compreender que nossa culpa existe e não existe ,depende de como encaramos a vida e a nós mesmos.
Réu confesso é uma boa dica,pratique.
Pra que fingir se admitir fere mas faz ver.
Se tu não faz sucesso ,alguém por outro lado não tem o que comer.
Parece o velho papo do conformista mas não é ,é um jogo psicológico para trazer a calma àqueles que se desesperam por aparecer.
A guerra dos gens deixa claro que o forte é que vence , mas vence o quê , e para quê?
Uma vez em Florianópolis onde passávamos de carro lentamente quase parando , devido a fila , pude ver da janela ,na frente de um terreno vazio perto da calçada que havia um rolo desses de enrolar metros de fio de luz deitado no chão ,um caixote ao lado e um mendigo sentado nele , em cima do rolo de fio estavam a garrafa de cachaça e um copo com o líquido ,o cara estava de terno , rasgado , velho, mas de terno , e era verão, pernas cruzadas , ele admirava a Lagoa da Conceição enquanto tomava seu drink, cena de revista CARAS ,mas sem dinheiro na vida real.
Deu para perceber que estava tranquilo,ou parecia ao menos , sabemos que as aflições nem sempre aparecem por fora , vide as colunas sociais.
Ele estava melhor que muita gente que passava de carrão pela frente dele.
Quando vamos em qualquer evento público as pessoas nervosas em ser o que não são ,correndo sem tempo por que são importantes e mostrando seu verdadeiro ser depois de um gole é que enchergamos que ser elegante e estar de bem com a vida é um estado de espírito e que nas rodas sociais quase ninguém está tranquilo,em paz consigo mesmo,realizado e jamais serão aquele mendigo classudo ,chic, fino.
Chupa essa manga!

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