quarta-feira, 25 de junho de 2008

Homofobia, descaso e impunidade na Ilha da Magia.

Por Laika Bertran:

TEXTO CAPTADO DE : http://www.athosgls.com.br

Segue a carta:

"Adoraria ser mais simpático, mas a indignação me impede.Você já ousou caminhar pelas ruas de sua cidade(FLORIANÓPOLIS)?
Não faça!!! Pois hoje isso é um risco. Mesmo que como eu você pague os seus 74 impostos (Você corre o risco de sequer
conseguir fazer um boletim de ocorrência após ser perseguido por um ser estranho de moto, e quase atropelado por 3 vezes, inclusive na contra mão. Ainda mesmo que você tenha joelho e cotovelo machucados, blusa rasgada e marcas na calça você pode ouvir a seguinte frase do policial de plantão: "Você não sabe quem era a pessoa da moto?"
Era próximo de 5 da manhã à Avenida Mauro Ramos, em frente ao CEFET/SC. O ataque só cessou quando surgiram algumas pessoas que vinham do Mix Café para o Beiramar Shopping, pois é o único local a funcionar no horário. Ao qual eu tentava me dirigir. Após ligarem ao 190, algumas vezes e não ser dada nenhuma solução, eu liguei e fui direcionado por um policial a me dirigir ao Terminal Central. Chegado lá me disseram para ir ao 1° DP, o que de nada me servira. Nem para me informarem se existem câmeras de segurança no local.Após 37 minutos de exaustiva espera na 1ª DP da dita capital catarinense, Florianópolis, cito Av: Osmar Cunha, além do desplante e do desprezo dos funcionários no local, exceto a faxineira, ouvi do senhor que lá postulava com arma na cintura: "Mesmo que se identifique a pessoa, será a palavra dele contra você!"

Que confortante, eu de blusa rasgada, calça com marca de pneu, além de não poder fazer sequer um boletim ainda tenho que ouvir isso!
Se essa é a tal qualidade de vida da Província da Magia, prefiro um cortiço medieval que qualidade de vida.
E ainda me dizem: "Sem identificação, é sua palavra contra a dele!" Ou: "Você não viu quem era?" Tirando que era um motoqueiro de blusa vermelha... O que mais posso dizer, se nem a polícia nada diz. Agora assassinos da vida real se identificam antes de tentar matar alguém?
Esperar que na próxima esquina que você cruzar tenha essa maravilhosa sensação de impunidade e insegurança, com um louco rindo e gritando: "Para aí, você não vai conseguir fugir..." - enquanto lhe tenta atropelar.
E lhes digo, graças também a você nada será feito, e eu que nem cristão sou passarei a rezar muito, demais, pra que a próxima vítima seja teu filho. Mas que o louco tenha êxito pleno! Que o mate, para que talvez assim se faça algo para que a "Capital de melhor qualidade de vida do país" se torne fato."

Antonio Fernando Mello
Ator, Cantor, Diretor teatral e Acadêmico de Jornalismo

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